“A arte de driblar destinos”: premiado romance de Celso Costa continua a conquistar leitores pelo Brasil




Vencedor do Prêmio LeYa 2022, A arte de driblar destinos, de Celso Costa, é um daqueles romances que resistem ao tempo e permanecem com o leitor muito além da última página. Publicado em Portugal pela editora LeYa em 2023 e no Brasil pela Fósforo em 2024, o livro vem conquistando leitores por onde passa — e não à toa: é uma obra que equilibra delicadeza literária, rigor narrativo e uma profunda humanidade.


A narrativa, de caráter autoficcional, acompanha um menino — da infância aos 19 anos — crescendo em um pequeno povoado no interior do Paraná, na década de 1960. Em uma região marcada pela precariedade nos serviços de saúde e educação, surgem figuras emblemáticas: o bêbado da vila, o coveiro, o médico estrangeiro, e uma coletividade que se reúne entre circos, touradas e enterros — as poucas formas de lazer possíveis naquela realidade dura.


Em meio às dificuldades financeiras e aos conflitos familiares, é o fascínio pela matemática que pulsa como força de sobrevivência e redenção. A paixão do menino por números, lógicas e mistérios matemáticos surge como um fio de esperança — uma espécie de fenda luminosa diante de um destino socialmente traçado. Com linguagem precisa, sensível e sem concessões, Celso Costa constrói um retrato potente da infância brasileira marcada por carências, mas também por descobertas transformadoras.





Um autor que atravessa ciência e literatura


Celso Costa é uma figura notável não apenas na literatura, mas na ciência brasileira. Com mestrado e doutorado em Matemática pelo IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada, no Rio de Janeiro), foi professor visitante nas universidades de Chambéry e Grenoble, na França. Em 1998, recebeu a Ordem Nacional do Mérito Científico, concedida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, e é, desde 1999, membro titular da Academia Brasileira de Ciências.


Sua contribuição à matemática é reconhecida internacionalmente: em 1982, descobriu as equações da hoje chamada Superfície Costa, solucionando um problema aberto há 206 anos na área da geometria diferencial.


Mas é também na ficção que Costa tem deixado marcas significativas. Em 2018, publicou A vida misteriosa dos matemáticos, transitando entre ciência e imaginação. Já A arte de driblar destinos, seu segundo livro, foi agraciado com o mais importante prêmio da literatura de língua portuguesa para romances inéditos: o Prêmio LeYa.


Disponível na Amazon, no site da @fosforoeditora, com o autor e nas principais livrarias do país, A arte de driblar destinos é, mais do que uma história de superação, uma homenagem à inteligência sensível, à infância no Brasil profundo e à capacidade que alguns têm — contra todas as probabilidades — de driblar os destinos que lhes foram impostos.